domingo, 30 de março de 2014
Da mulher abandonada ou como relembrar a adolescente que eu não fui
Porque sou budista, e psicóloga, e mulher, e adulta, o que eu sei é que vou construir minha própria resposta. E quem construiu a fantasia foi você. Quem se queixava de saudade era você. Quem falava de desejo e me atiçava era você. E eu. Eu também. Mas precisei te reler (Ah, bendita tecnologia que sobrepassa minha memória). Não era de um, era de dois. Sabe-se lá porque (nunca saberei) não pôde ir, você não pode seguir. Mas essa história não foi só minha. Posso chamar minhas testemunhas e continuar brigando. Mas nada vai mudar. Nada. Porque o que era de dois agora é de um. E eu sigo, brigando comigo, tentando matar a adolescente dentro de mim que te implora descabelada por um último beijo, um último suspiro, um último minuto de despedida decente. Ela grita, ela faz o que eu queria poder fazer, ela se ajoelha e faz a cena ridícula da mulher abandonada. Preciso dar um golpe de misericórdia neste ser tão imaturo, tão não analisado, tão selvagem. Mas ela sequer parece precisar, sufoca no próprio choro, arqueja. E eu a assisto, sem saber se devo estender a mão, devolver o ar, se ajudo a gritar, ou se sigo sem olhar naqueles enormes e doces olhos castanhos que eu vejo no espelho.
segunda-feira, 17 de março de 2014
quinta-feira, 13 de março de 2014
Do estrago e suas vicissitudes
Eu gosto do estrago. Não. Mas preciso sentir a dor de verdade por um segundo. Pra saber. Preciso q gire a faca dentro de mim. Eu preciso ter certeza do estrago como um soluço que brota do peito. Eu não sei ser pela metade como não sei sofrer pela metade. Eu sabia. I saw it coming. Mas me joguei na arrebentação só pra sentir o mar quebrar em mim. Não me desce uma lágrima. Alguém por favor termine o serviço, retorça o punhal, me abra de cima abaixo pra que isso saia de mim. Isso sequer me pertence. Eu não sou assim. Eu não sou dessas. Não mais. Mas algo está aqui. Algo que dói. Não é possível que se parta ainda, confiei que era forte o suficiente. Mas "tu te tornas eternamente decepcionado pelas expectativas que cultivas". O ar continua faltando. A falta da palavra. A palavra não dita, me é negada, mas se afirma a cada segundo de silêncio.
segunda-feira, 10 de março de 2014
Não te dizer o que penso já é pensar em dizer
Quando eu pisco parece ser um mundo paralelo. Mas é onde estou agora. Essa minha confusão, essa minha afetação. Me sentindo o godzilla numa loja de cristais finos, sabendo q eu vou me movimentar e derrubar e estragar tudo. Não quero derrubar, fico parada e petrificada. Sem sr. sem ar! Nem respirar. Parece muito com um sonho. Por que ter medo? Por que não vou? Mas eu fui. Eu preciso dormir, hoje.
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